REALIZADO AO VIVO - VIA FACEBOOK - NA MANHÃ DE 02/05/2020: VII SEMINÁRIO SERTÃO – SECA – MEMÓRIA E CIDADANIA – CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NUNCA MAIS – COM A PARTICIPAÇÃO DE DOIS GRANDES ESTUDIOSOS SOBRE O TEMA E EXIBIÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS


Painel do Evento com fotos dos palestrantes
Ronald Filho e Leda Agnes Simões
Montagem: Valdecy Alves

O VII SEMINÁRIO SERTÃO - SECA - MEMÓRIA E CIDADANIA FOI UM SUCESSO - 400 PESSOAS ACOMPANHAVAM A TRANSMISSÃO QUANDO FINALIZADA: Foi um sucesso o evento realizado via internet,  ao vivo, na manhã de 02/05/2020, por conta da pandemia, tendo como palestrantes o professor, mestre em história e doutorando Ronald Filho, um dos maiores estudiosos do tema campos de concentração das secas do Ceará. Já tendo publicado um reconhecido e elogiado trabalho de pesquisa. Por sua feita, a outra palestrante foi a professora, socióloga e doutora Leda Agnes Simões, que mora no Rio de Janeiro, já tendo também publicado importante trabalho histórico tendo como tema a mão de obra nos campos de concentração das secas do Ceará.  Tendo como mediador Valdecy da Costa Alves, que já dirigiu alguns documentários sobe o mesmo tema. OS TEMAS DO SEMINÁRIO FORAM:  

1)   EPIDEMIA E EXPLORAÇÃO DA MÃO DE OBRA NOS CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DO BURITI – CRATO - IPU - PATU  E DEMAIS CAMPOS e

2) DARWINISMO SOCIAL E OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO DAS SECAS DO CEARÁ


Eis os links dos trabalhos publicados pelos dois palestrantes:

1) Leda Agnes Simões - Monografia:


2) Ronald Filho - Monografia:



EVENTO DE TOTAL INICIATIVA DA SOCIEDADE CIVIL - FORMA DE DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E DE ATIVIDADE INTELECTUAL COMO EXERCÍCIO NO CAMPO DA MICROFÍSICA DO PODER: Doutra feita, o evento é de iniciativa totalmente individual dos que dele participam. São 07 anos de seminário, nunca foram realizados com dinheiro público. Pois a própria sociedade, dentro da ideia de exercício do microfísica do poder, como dizia Foucault, pode e deve realizar trabalhos autônomos e independentes do gênero  interferindo na realidade social.  Podendo-se destacar como objetivos do evento, que se realiza todo primeiro sábado, após o dia do trabalhador, em cada ano:


Debater sobre o Campo de Concentração do Patu de Senador Pompeu e outros campos de concentração, que foram criados em abril de 1932. O Campo de Concentração do Patu  recebeu a maioria dos concentrados até 10 de maio de 1932.  Os demais campos de Concentração de 32 (02 em Fortaleza – Pirambu e Otávio Bonfim – Ipu – Quixeramobim – Cariús e Buriti no Crato) os campos de concentração da seca de 1915 (Matadouro e Alagadiço) e o grande Campo de Concentração do Alagadiço na Seca de 1877/1879. Em meio a isso a comemoração do dia do Trabalhador, 01 de maio de 1932, já foi com milhares de flagelados presos, escravizados, concentrados. Sem o direito de ir e vir. Sem o mínimo de dignidade. Sem condições higiênicas, sem alimentação suficiente, trabalho escravo e abandono. Na mais plena miséria. Tanto que por conta disso, Senador Pompeu ficou conhecida como “o curral da fome”. Os flagelados foram atraídos com promessa de que seriam empregados na obra da retomada da construção da Barragem do Patu, que fora suspensa desde 1923. Quando abriram as inscrições para os flagelados se alistarem no dia 25/04/32, só no primeiro dia, foram 6.000 inscritos.  Em 20/05/32 já eram mais de 18.000 flagelados. Não havia obra nenhuma. Nem trabalho. Presos e amontoados como gado. Humilhados. Encontraram a morte, foram dizimados pela disenteria, paratifo, sarampo. Enterrados no Cemitério da Barragem, aos milhares, em valas comuns. Lugar tido como santo e sagrado por romeiros, que anualmente visita o local, ao pé da Serra do Patu. O Cemitério tido como Campo Santo para os sertanejos. As almas, a partir de um surto messiânico foram santificadas, chamam de “ AS SANTAS ALMAS DA BARRAGEM.”  Milhares de pessoas, ao longo de todo ano, comparecem ao local para pagarem promessas e graças alcançadas. E todo segundo domingo de novembro de cada ano, realiza-se a CAMINHADA DA SECA, quando milhares de pessoas, saem da frente da igreja matriz de Senador Pompeu e percorrem cerca de 04 km, até o Cemitério da Barragem, em memória das vítimas do Campo de Concentração do Patu.

Casarão da Inspetoria
De onde se administrou
O Campo de Concentração do Patu
Necessário debater tal fato. Manter viva tal memória. Necessário que não se repita. Necessário entender o que levou a tal tragédia e compreender o genocídio e suas causas. Compreender o fenômeno das secas e o fracasso parcial da política de açudagem implementada por Epitácio Pessoa. Para que se erre menos no presente e se melhore o futuro. Para se entender o Estado brasileiro e suas políticas, que pouco mudaram desde o Império. A preservação da memória, do patrimônio material (casarões do Patu) e imaterial (poder das almas da barragem- outros - lendas)... O RESGATE DO QUE HOUVE VERDADEIRAMENTE COMO LANTERNA PARA O AMANHÃ COMO VERDADEIRA NAÇÃO. SEM EXCLUSÃO SOCIAL. SEM A MENTALIDADE COLONIAL QUE AINDA PERDURA NOS QUE DETÊM O PODER ECONÔMICO E POLÍTICO. SEM MAIS RESQUÍCIOS DA EUGENIA E DO DARWINISMO SOCIAL.  Manter viva a memória é um trampolim seguro para fortalecer a identidade do povo de Senador Pompeu e do Ceará, do Nordeste e do Brasil. Debatendo o Sertão, a política das secas e das águas, a importância de preservar a memória, para a efetivação da mais plena cidadania, que é impossível quando não se garantem os direitos humanos fundamentais e o mínimo existencial de cada pessoa pelo Poder Público. QUE ESTADO QUEREMOS. COM CERTEZA NÃO O DE DOM PEDRO II, DA SECA DE 1877/1879, NÃO O DA VELHA REPÚBLICA, na Seca de 15,  NÃO O DA ERA VARGAS EM 32, quando os campos de concentração atingiram quase a perfeição. A ideia é realizar o Seminário sempre todo primeiro sábado de maio de todo ano, próximo ao dia do trabalho, quando trabalhadores foram de fato condenados à morte é à exploração em Campos de Concentração, que maculam a história das políticas públicas do Estado Brasileiro, que tem como essência precípua, promover o bem de todos e a Justiça Social, como forma de garantir minimamente a dignidade humana. 

A ideia é promover o evento todo ano, no primeiro sábado logo após o dia do trabalho, para debate e compreensão da gênese do presente, que está no passado, corrigir-se a gênese do futuro, que se constrói no presente, pois o Brasil não aprendeu com seus grandes erros históricos. A miséria, os pobres com o mesmo perfil dos flagelados dos campos de concentração das secas do passado continuam sendo fabricados pela máquina secular da exclusão social. Basta ver o que houve na pandemia, no mês de abril de 2020, quando os mais de 3 milhões de pobres do Ceará, que recebem bolsa família, compareceram aos milhares, às agências da Caixa Econômica Federal para receberem a mísera ajuda do Governo Federal, só para os mais desgraçados, deixando o Brasil perplexo, pelas multidões, que compareceram aos bancos em época de isolamento social. Poderiam ser contaminados e morrerem, pelo coronavírus, ou ficar em casa e morrerem de fome. 

SÓ MESMO MANTENDO VIVA A MEMÓRIA - DEBATENDO -  COMPREENDENDO E AGINDO PARA NÃO CONTINUAR REPETINDO OS MESMOS ERROS DO PASSADO -  PODERÁ O BRASIL CORRIGIR SUAS FALHAS ESTRUTURAIS, EM SUAS POLÍTICAS OU A ERA DE CANUDOS... DE CONTESTADO... DE CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO... DO MURO DA SEGREGAÇÃO E DA MORTE PELA EXCLUSÃO SOCIAL... CONTINUARÁ... E A PÁTRIA MÃE GENTIL NUNCA PASSARÁ DE UMA UTOPIA NO HINO E NOS DISCURSOS DOS POLÍTICOS - QUE SERÃO DESMENTIDOS PELOS ETERNOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO SEMPRE VIVOS - SEJAM CERCADOS POR CERCAS  OU POR MUROS INVISÍVEIS.

ACESSE O EVENTO QUE SE ENCONTRA GRAVADO NO FACEBOOK - CLICANDO NA IMAGEM ABAIXO - HOUVE ALGUMAS QUEDAS E ATRASOS ENTRE AS IMAGENS E SOM - DEVIDO A LIMITES NA INTERNET -  MAS NÃO PREJUDICAM O RESULTADO FINAL:




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