EXCOMUNHÃO
Que nasças
Numa casa de taipa
Que passes fome
De noite e de dia
Que plantes inúmeras vezes
E haja seca
Todo ano, toda década
Todo século...
Que viva de esmolas
Que coma restos
Disputando com os porcos
Que durma e amanheça
Devendo favores
Que inveje urubus
E a escravidão...
Que viva de migalhas
Quando ir e vir
Que nunca saiba
O que é voto ou votar
Que os politiqueiros
Governem-te na infância
Na tua juventude, na velhice
Mesmo o teu túmulo
Que nasças agricultor
Analfabeto e sem terra
No Nordeste do Brasil
E que ninguém
Em toda a curvatura universal
Cumpra pior pena......
Numa casa de taipa
Que passes fome
De noite e de dia
Que plantes inúmeras vezes
E haja seca
Todo ano, toda década
Todo século...
Que viva de esmolas
Que coma restos
Disputando com os porcos
Que durma e amanheça
Devendo favores
Que inveje urubus
E a escravidão...
Que viva de migalhas
Quando ir e vir
Que nunca saiba
O que é voto ou votar
Que os politiqueiros
Governem-te na infância
Na tua juventude, na velhice
Mesmo o teu túmulo
Que nasças agricultor
Analfabeto e sem terra
No Nordeste do Brasil
E que ninguém
Em toda a curvatura universal
Cumpra pior pena......
Poesia de Valdecy Alves
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