CARLOS CAVALHEIRO E SUA MILITÂNCIA CULTURAL
CARLOS CAVALHEIRO E SUA MILITÂNCIA CULTURAL
Carlos Carvalho Cavalheiro, antes de tudo um humanista, depois um militante cultural, tudo por ser idealista e sonhador. Paulistano de nascimento, sorocabano por opção. Professor, historiador, poeta, documentarista, cordelista, especialista em gestão ambiental. Já publicou vários livros, eis alguns: Greve de 1917, Folclore em Sorocaba, Salvadora, Scenas da Escravidão, A História do Preto Pio em Cordel...... Um desses militantes que enriquecem a cultura ao tempo que a faz circular. Defensor radical de formas alternativas de circulação da cultura, hoje aqui, circulando alternativamente no meu blog. Idealizou a enciclopédia virtual sorocabana, produziu cd`s, documentários. Eis algumas poesias do Cavalheiro (carlosccavalheiro@yahoo.com.br) com quem podem comunicar-se através de e-mail.
Maiakovski, Brecht, Niemöller e ... eu
Quando a guerra estourou
E as potências esmagaram
Aquele indefeso povo
Eu tinha um bom motivo
Para não protestar:
−Eu não os conheço!
E quando jovens vidas
Eram ceifadas diariamente
Perdidas todas elas em vão
Na mesma cidade em que eu vivia
Eu tinha um bom motivo
Para não protestar:
−Eu não os conheço!
E ainda quando o filho da Ira
Manifestou-se em ditaduras
- aqui e acolá – prendendo, matando,
Vilipendiando, usurpando e violentando
E tinha um bom motivo
Para não protestar:
−Eu não conheço essas vítimas!
Eu não os conheço, a nenhum deles.
Hoje chegou a minha vez
E injustamente estou preso
Não há ninguém protestando por mim
Porque não me conhecem...
Ou se esqueceram de mim.
Quem manda?
Olhei para mim mesmo
E vi no espelho olhos
Que não eram os meus
A minha alma sangra
Mistérios e tristeza
E a saudade intensa
Dos olhos que são seus
A prece cálida
Calada na cela da escuridão
Me faz sentir ao mesmo tempo
Um monge e um prisioneiro
E de quem, então, são os passos
Que ouço claramente se aproximar?
Serão de Deus ou do carcereiro?
Filosofias, teses e livros
A letra morta ressuscitada em vão
A vida corre independentemente
Se estão certos os beatos ou os ateus.
A cada crença uma cabeça
Cada sentença saída da mão
O imoral juiz condena o imoral réu
A diferença entre os diferentes
A diferença entre quem manda ou não.
VERMELHO
Dizem que no vinho
Se alberga a verdade
Só se o vinho for sangue
Tingindo a castidade
O mistério do fascínio
Que exerce a vermelha cor
Excita a massa com bandeira
Encanta a mulher na flor
Embriaga os etílicos sentidos
Sugere a fúria para o touro
E no rubi o torna mais belo
Embora valha menos que o ouro.
LIBERDADE PRETO PIO
Quando a guerra estourou
E as potências esmagaram
Aquele indefeso povo
Eu tinha um bom motivo
Para não protestar:
−Eu não os conheço!
E quando jovens vidas
Eram ceifadas diariamente
Perdidas todas elas em vão
Na mesma cidade em que eu vivia
Eu tinha um bom motivo
Para não protestar:
−Eu não os conheço!
E ainda quando o filho da Ira
Manifestou-se em ditaduras
- aqui e acolá – prendendo, matando,
Vilipendiando, usurpando e violentando
E tinha um bom motivo
Para não protestar:
−Eu não conheço essas vítimas!
Eu não os conheço, a nenhum deles.
Hoje chegou a minha vez
E injustamente estou preso
Não há ninguém protestando por mim
Porque não me conhecem...
Ou se esqueceram de mim.
Quem manda?
Olhei para mim mesmo
E vi no espelho olhos
Que não eram os meus
A minha alma sangra
Mistérios e tristeza
E a saudade intensa
Dos olhos que são seus
A prece cálida
Calada na cela da escuridão
Me faz sentir ao mesmo tempo
Um monge e um prisioneiro
E de quem, então, são os passos
Que ouço claramente se aproximar?
Serão de Deus ou do carcereiro?
Filosofias, teses e livros
A letra morta ressuscitada em vão
A vida corre independentemente
Se estão certos os beatos ou os ateus.
A cada crença uma cabeça
Cada sentença saída da mão
O imoral juiz condena o imoral réu
A diferença entre os diferentes
A diferença entre quem manda ou não.
VERMELHO
Dizem que no vinho
Se alberga a verdade
Só se o vinho for sangue
Tingindo a castidade
O mistério do fascínio
Que exerce a vermelha cor
Excita a massa com bandeira
Encanta a mulher na flor
Embriaga os etílicos sentidos
Sugere a fúria para o touro
E no rubi o torna mais belo
Embora valha menos que o ouro.
LIBERDADE PRETO PIO
Liberdade é algo que não tem preço
Não tem fim, não tem começo
Todo mundo quer alcançar
Mas se a liberdade não for conquistada
Nunca será valorizada
É como santa sem altar.
De Espartacus o exemplo se viu
De Capivari o negro fugiu
Para o quilombo engrossar
E um líder então surgiu
Seu nome é Preto Pio
O escravo que soube lutar
PRETO PIO
É o Zumbi do Médio Tietê
Preto Pio
Foi a vez de o negro vencer
Preto Pio
É o Zumbi do Médio Tietê
Preto Pio
Valente, lutou até morrer.
Conheça a obra, conheça o militante cultural Carlos Cavalheiro: carlosccavalheiro@yahoo.com.br
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