DIALOGANDO EM POESIA COM FERNANDO PESSOA ATÉ CHEGAR AO RECREIO DO PRAZER ENTRE O FIM DE UMA DOR E O COMEÇO DE OUTRA....
Poeta Português Fernando Pessoa Foto: Google |
De: Valdecy Alves
Para: Soren Kierkegaard
Fortaleza (CE) - 15/12/2013
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a sentir a dor
A dor que deveras não sente...
Pode ser a dor do corpo
Pode ser a dor da mente
A dor do prazer ou da ausência da dor...
Uma ou outra sempre se sente
Negar a dor... Afirmação de quem mente!
Só após morte não haverá dor
Uma vez morto nada se sente
Pois a vida é dor
Que se vive imortalmente...
Valdecy Alves - Foto: Mara Paula |
Onde cada um é gota somente!
Efeito das forças do mundo
É a dor que o ser sente
Enquanto houver seres
Enquanto houver forças no mundo
Vida e dor eternamente
Nas encostas do tempo
Rolarão incessantemente...
Como sobre o solo
A água e a semente
.... Que em batalhas possantes
Agora... o depois ... o antes
Dão luz à floresta
Que ao vento responde
Dançando ternamente...
...Não há como nadar rio acima
Sem o quase afogar-se
Sem resistir desesperadamente...
Mas ao se perseverar à dor
Sempre... sempre... resistentemente
Há de se chegar à fonte calma do rio
Que o alimenta serenamente
Mesmo vencendo tudo...
E vencendo... triunfalmente
Ao recuperar-se o fôlego nas alturas
Novos desafios acordam a mente
Rios acima a ser enfrentados
Viver é sempre vencer a dor
Seja a do corpo, seja a da mente...
Sentir da vitória a sensação transcendente...
Então nadar correnteza acima
Quando em jornada novamente
Escolhendo a que destino chegar
E vencer... vencer triunfalmente...
Comentários