POESIA PARA MINHA CIDADE - SENAMORPOEMEU = Senador Pompeu, meu poema, amor meu!
Variadas fotos de símbolos de Senador Pompeu Fotos de: Mara Paula - Padre João Paulo - Valdecy Alves - outros |
HISTÓRIA DE UM POESIA QUE ESCREVI PARA SENADOR POMPEU: em 1995, morando em São Paulo, fiz uma poesia para Senador Pompeu. Seu nome uma fusão da frase: Senador Pompeu meu poema meu amor, que ficou: SENAMORPOEMEU. Publicado no meu livro de poesias Erosão, em 1995. Brinquei de formar palavras e o pensamento funcionou como um turbilhão. Um redemoinho. Estava com saudades da terra natal. Eis a poesia completa:
SENAMORPOEMEU
A
água corrente
Cavando
grotões
Acariciando
rochas
Cinzavermelhadas
Em
cenário sonho
Onde
brisas excitam a barragem
Dourado
pelo crepusculouco
De
peixes saltitantes
No
espelho das águas
Onde
a Serrapatuplateia
Aplaude
com as folhesverdeadas
Que
são sua cabeleira
Toda
emoção raia, rompe, avulta...
Andorinhas
poetivoantes
Sons
de alunos no recreioescola
O
apitotrem distante
Solitário
canto de uma rolinha
Chamadas
de missábado
Fiosuivantes
pelo Aracati
Ruídos
de folhas pelo chão
Badalatempo
do relogiomatriz
Marcando
passos para morte
Dos
ricospobresbestasricospobres
De
minha esplendorosacity
Terraberçochãonataltorrão!
A
estação, os trilhos, a caixa d’água
O
mercado, o mendigo, o casebre, a igreja
As
parabólicas contra o azul celestial
Ponteferro
sobre o Patubuiú
O
silêncio da necrópole
A
calma da noite
Onde
ecoam os aiscama, os uismatagais
Paranormais,
animais, ternos
Roucos,
invisíveis...
A
história nas ondas dos ventos
Do
silencemiteriobarragem
Carnificina
irresponsável, ajamémmmm!
Bobo
exclamar, surrealista acomodar
Em
meu torrão de paradoxais contradições
A
praça dos passos, dos beijos
Das
plantestemunhas, das floressilentes
Dos
murmúrios, do roçar de coxas,
Dos
olhares sensuais dos sins, dos nãos
Das
saias oscilantinsinuantes...
Sabe
Deus, ser
Cenário
do cresceimultiplicaivos!
Terraminha
doce, espinhosa, daninha
Do
cruzeiro no real Altodocruzeiro
Pobre
cruzeiro no falsoricoreal
Chãopai
de águas lépidas e lajeiros
Filhosseus
rosas e cascavéis
Do
poético céu estrelado
Da
mais bela imensidão enluarada
De
morte, de Marte, de mentira, empulhação...
Da
classe média pobrericapobregentegeral
Onde
a esperança é sonho dormente
A
ignorância e acomodação maiores males!
Não
veem que o sonho
E
a vida pairam no céu noturno
Que
se vão com as águas das sangrias
Renascendo
a cada luar semparalgum
Ressuscitando
em cada flor que abre
Em
cada canto do rouxinol?
Não
percebem que o inferno do viver
É
apenas resultado do paraíso rejeitado
Em
cada página do calendário
E
cada estrelacadente ignorada...
Não
conseguem entender
O
que dizem as águas
Não
conseguem aprender
O
que ensina a história
Não
conseguem decodificar
O
que cantarolam os pássaros
Não
percebem a mensagem
No
branco ovo do ninho
Na
negra noite estrelada
Ignoram
a luz do vagalume
O
espetar do mandacaru
Enfim,
não enxergam além
Do
que querem enxergar
Não
veem além do nariz
Não
veem o próprio olhar
Que
tanto anseia por novas auroras...
Eis
então que o caminho
A
verdade e a felicidade
Estão
escritos em cada grão de terra
Em
cada folha de árvore
Em
cada pétala de flor
Em
cada choro de bebê
Em
cada olhar feminino
No
Leito do Banabuiú,
Nas
encostas da serra
Nas
rápidas águas do Patu
Valdecy
Alves
São
Paulo = SP - 20/06/95
Comentários