Canto à Vida Peregrina
Escrita em 05/03/2011 - Fortaleza (CE)
Para todos que amam a vida
Que não se lembram de terem optado por nascer
Mas que não desejam a morte desde que se descobriram vivos!
Valdecy Alves
Vi o mendigo feliz
No sinal fatal do cruzamento da rua...
Li que o milionário infeliz
Matou sua mulher depois matou-se!
No mesmo quarto de motel
Onde fizeram amor! Amor?
Vi o cantor de invejável sucesso universal
Em plena decadência criativa e moral
Devorado pela mídia cancerígena que o criou...
Vi o sertanejo nos confins do interior atrasado
Entre mosquitos famintos, espinhos dolorosos
E calor insuportável...
Feliz sem os dentes
Ao lado da mulher desdentada
E seus dez filhos desnutridos e mal vestidos...
Soube da sexy atriz e símbolo de sensualidade
Deusa de tantos desejos e onanismos
Que se jogou do prédio
Completamente drogada
Voando para o seio da morte
Sem qualquer eficácia no arrependimento
Sem qualquer possibilidade de recurso...
Ouvi falar de um deficiente nanico, gay...
Negro, gordo e perneta
Que ao chegar a um bar
Espantava o tédio e parecia
Trazer consigo a alegria máxima
Que despertava a máxima alegria
Em todos que o rodeavam...
Sei do cego sábio e repentista
Que se tornou lenda
Cantando e declamando suas poesias...
Muitas vezes vi a prostituta da ponta noturna da rua
Que simbolizava todo o encanto, beleza e luxúria
Que simbolizava todo o encanto, beleza e luxúria
Jamais vividas!
Que cobrava pelo prazer passageiro
Porém de graça espalhava contagiante felicidade
Como o sol raios de luz
Ao contrário da madame frugal, artificial
Que mal amava e era mal amada
Macaca das colunas sociais
Que cobravam fortunas para exibicionismo inútil
Prédio de alicerce fácil
Das areias do vazio orgulho...
Sei que a serpente
Sem perna e sem mãos
Respeitada e temida
Não alvo da piedade
Na maravilhosa floresta
Onde a vida é regra
Flor que brota da putrefata morte!
Sei do morcego cego
Que mora na caverna escura
Onde também é inquilino o odor do mofo
Mas que voa e voa alto! Altíssimo!
Com as pontas das asas tocando estrelas...
Como nenhum Ícaro jamais voou!
Sei das frágeis gotas de chuva
Que se tornam rio e depois mar
Percorrendo milhares de quilômetros
Sem bússolas e sem pernas...
Sei do músico cadeirante
A tocar no baile em pleno carnaval
Com suas músicas e notas
Mais feliz que o mais ridente dos foliões
Com o seu pó e sua bebida
Em infinita embriaguês!
Assim, amigo!
Assim, amiga!
Não há equação objetiva para felicidade
Não há fórmula subjetiva para o paraíso
Mas há espaço para o sonho infinito
E para luta sem fim!
Sonhar e lutar e sonhar e lutar e sonhar...
Como o vai-e-vem das ondas do mar na praia
Como o vai-e-vem sobre a mulher amada...
Afigura-se como a maior das ferramentas!
Para maior das possibilidades!
Comentários
Abraços.
Que bela poesia! Se me deres o aval, postarei no "NOTÍCIAS DA LUSOFONIA". Pode ser? Muito obrigado pela visita e comentário! Já estou seguindo este seu blogue! Um cordial abraço, desta luso-nordestina-potiguar, que vê os dias passarem em terras do Fernando Pessoa e gosta de contá-los.
Ceicinha Câmara
Teu poema me fez lembrar da flor de Lothus, pq sei que há uma flor assim, em cada um de nós, pronta a desabrochar.
Bjos
Erikah
Retribuo agradada e sensibilizada pela leitura que daqui comigo levo :)
Agradeço a visita ao meu blog "Biblioteca ETS".
Linda poesia, denota muita sensibilidade e calor humano; os verdadeiros valores estão dentro de nós: bondade, compaixão, alegria, felicidade :)
Grande abraço gaúcho!
Kátia Coutinho
Obrigado pela sua visita.
Dada a quadra,
por hoje
venho apenas desejar-lhe
um bom Carnaval!
Saudações poéticas
Muito bacana a sua poesia! revela o quanto de subjetivo tem o nosso olhar para a vida e a vivência da felicidade. Obrigada também pela visita ao meu blog. Abraço!
Direção: Sérgio Rodrigues, João Begatti e Carlos Ferreira.
www.radioculturasd.com.br
twitter.com/radioculturasd
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=97354075
CULTURA ACONTECE: De segunda/sábado, de 08 às 10, com Jorge de Castro e participações de Sérgio Rodrigues, Carlos Ferreira e João Begati.
CAMPEONATO MINEIRO: Quarta-feira de cinzas (09/03), a Cultura (
www.radioculturasd.com.br) transmite, às 20h, direto de Juiz de Fora, Tupi (Juiz de Fora) e Cruzeiro (Belo Horizonte), com Edson Palma, João Begati, Carlos Ferreira, Evandro Begati, Sérgio Rodrigues, Guilherme Galdino e Alessandra Batista.
Leia mais aqui no BLOG:
www.carlosferreirajf.blogspot.com
Parabéns!
Belissima poesia! Profunda como a semente que germina no ventre e a cada dia cresce, fortalece, teem vida propria e voa...
Bjos de Fé e Esperança
abraços
Seja bem-vindo ao Mix!!!
Amei seus poemas!!!
to por aqui ok?
bj
Ana Cristina Castro, org. do blog
Está sendo um prazer conhecer o seu blog, espero passar por aqui muitas vezes, e te convido sempre a visitar o meu, seria uma honra pra mim!
Forte abraço meu amigo!
www.juliopoesiaspravoce.blogspot.com
"A Poesia singular é suplica"
Faz aquele estilo moderno,retratando a realidade,teve algumas estrofes que não gostei.
Mas o trabalho é uma boa criação artística tem conteúdo.
As figuras postadas entre as palavras
são criativas.
A frase acima eu gostei muito!
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