SENADOR POMPEU COMPLETA 123 ANOS EM 03/09/2019 - GLÓRIA - HISTÓRIA -RIQUEZA - DECADÊNCIA E EM BUSCA DE NOVA ERA - ASPECTOS HISTÓRICOS - CULTURAIS - ECONÔMICOS E SOCIAIS


Caminhada da Seca em Senador Pompeu
Temos que fazer da Caminhada da Seca de 2019 a maior de toda história
SENADOR POMPEU - CEARÁ - 123 ANOS - A SUA HISTÓRIA SE CONFUNDE COM A OCUPAÇÃO DO SERTÃO CENTRAL - A ERA DO GADO - A ERA DO ALGODÃO - A ERA DA FERROVIA: Quando foram concedidas as sesmarias nas ribeiras do Banabuiú, estava decretado que com a ocupação pelo gado e o extermínio dos índios da região, surgiria um arraial no exato ponto onde o Riacho do Codiá deságua no Rio Banabuiú, que dobra de largura, ao receber as águas do Rio Patu, a menos de 500 metros do local onde o Codiá é tragado pelo grande Banabuiú, maior afluente do Rio Jaguaribe. Chamado pelos índios de Rinaré. Em qualquer lugar que  as águas se encontrassem seria oásis no Sertão, seria ideal para passagem e descanso do gado, cuja expansão levou ao povoamento do interior do Brasil, sobretudo os sertões do Nordeste e o Sertão do Ceará, que ao Sul, praticamente é beijado pelas águas do Rio São Francisco. Através do Rio Salgado, o Cariri chega a Icó, onde deságua no Rio Jaguaribe logo abaixo do Açude de Orós. Do encontro do rio Jaguaribe com o Banabuiú, possível chegar ao Rio Quixeramobim, deste a Crateús, via Serra das Matas, podendo-se, via Crateús adentrar o Piauí, ou seguindo o Rio Acaraú, passar por Sobral, chegar a Camocim ou mesmo à cidade de Acaraú. Unindo-se assim a todas as estradas do gado existente. Em Crateús era momento de se chegar ao Rio Poti, único Rio do Ceará que deságua noutro Estado, no Piauí, onde se une ao outro grande rio do Nordeste brasileiro, o Rio Parnaíba. Eis o mundo do Sertão mais clássico, todo o espaço compreendido entre o Rio São Francisco, na Bahia e o Rio Parnaíba., no Piauí Rios que foram as estradas do gado e em suas margens existindo as trilhas dos índios. Neste contexto geográfico dos rios, na era do gado, que forjou-se o sertanejo e todo o Nordeste, a exemplo de Senador Pompeu, assim nascendo, no Sertão do Banabuiú. Neste caldeirão, berço do Arraial de Humaitá, depois Senador Pompeu. Que nasceu como município em 03/09/1896, como paróquia em 1919 e passando a comarca autônoma em 1948.




O trem muito simbólico para Senador Pompeu - As Pedras Gêmeas na Estrada do Patu - A Igreja Matriz nos anos 50
O velho mercado na era dos trilhos - Sesmaria e Senador Antigo

Documento de uma das Sesmarias que deu origem a Senador Pompeu



ECONOMIA DO MUNICÍPIO AINDA EM BUSCA DE UMA NOVA ERA DE GLÓRIA E RIQUEZA: A criação do gado, para o mercado interno, foi o que deu origem a tudo, a exemplo do que ocorreu no Velho Oeste dos Estados Unidos. Da primeira fazenda nasceu a cidade de Senador Pompeu, de Thomé Callado Galvão, tudo indica que na Barra do Patu. A cidade também cresceu em torno da capela, que posteriormente deu lugar à Igreja Matriz, baseada na planta criada pelo arquiteto Adolfo Herbster para Igreja do Carmo, em Fortaleza. Com o crescimento econômico, a cidade mais e mais crescia. A paróquia foi criada em 1919, quando também deu-se início à política de açudagem do IFOCS, atual Dnocs, no Governo Epitácio pessoa, há exatamente 100 anos. Há um século.


A sequência da riqueza econômica foi: 1) A era do Gado. 2) A era do algodão, que trouxe consigo a ferrovia e a oxigenação do comércio sertão-capital. 3) a era das indústrias de benefício de algodão e outras, beneficiadoras de sabão, óleo, resíduo para gado, etc. Com o fim do algodão o fim de uma era de muita riqueza, ainda por ser reencontrada. Eis o desafio das novas gerações do povo, dos empreendedores, dos poder público e políticos. Construir o novo eldorado.




ALGUNS NÚMEROS INTERESSANTES SOBRE A ECONOMIA DE SENADOR POMPEU DE 2002 A 2019:  O Ceará tem 184 municípios. O Produto Interno Bruto de Senador Pompeu  foi de cerca de 84 milhões de reais, o que resultou numa renda per capita de R$ 3.076,00.  Dados do Anuário do Ceará, ano 2009/2010. Já em 2016, De acordo com o anuário do Ceará, ano 2019/2020, o Produto Interno Bruto mais que triplicou, totalizando R$ 291 milhões de reais, com renda per capita de  quase R$ 11 mil reais. Índices que dizem respeito, sobretudo, ao aumento real do salário mínimo, nos últimos anos, além do aumento do total de aposentados no Município. Além do incremento da participação da indústria na economia local de foi de 17% no PIB para 20,5%, nos últimos anos. As finanças Públicas subiram de R$ 27,8 milhões para mais de R$ 57,4 milhões, com aumento de 106%, quando nos últimos 10 anos, a inflação foi de cerca de 76%. Fundamental deixar claro que todo esse aumento foi fruto de todo um processo desde o ano 2000.  Atualmente o PIB de Senador Pompeu está entre os 59 municípios com PIB mais elevado no Ceará, outrora variava da posição 66ªº a 64ª.  Tais dados têm como base os anuários do Ceará 2009/2010 e 2019/2020, publicação do Jornal O Povo. Destaca-se ainda a queda em percentual das rendas dos aposentados e dos que recebem bolso família em relação ao PIB municipal, de cerca de 46% para 34% do PIB, o que representa caminhada para autonomia econômica, caso os futuros governantes sejam capazes de compreenderam e manterem este crescimento. VÃO TER QUE ADOTAR O LEMA "Senador Pompeu responsabilidade e prioridade de todos!" Por décadas seguidas, caso realmente amem este Município e se preocupem com o seu povo.  O que demonstra que todas as gestões, doravante, devem manter uma política de continuidade no sentido de potencializar a economia, gerando emprego e renda por todos os meios possíveis, indústria, agropecuária, turismo, etc. Lembrando que a reforma da previdência e a fórmula de reajuste do salário mínimo, apenas pela correção da inflação, medidas do atual governo, estão sofrendo duros retrocessos, o que implicará em queda do PIB e da renda per capita, a médio prazo para o Município. Nunca o Município precisará tanto de políticos com espírito republicano como agora e no futuro, o que vale para todos os políticos e para todos os partidos. Quem vencer qualquer eleição será vencedor se conseguir, no poder, unir todos não como um cacique político, mas em torno da bandeira do crescimento econômico, cultural, social do município e seus munícipes. Quanto mais união, quanto mais for dada prioridade ao povo e à cidade,  acima sempre de interesses individuais e de grupos políticos, garantirá desenvolvimento, crescimento da economia, da cultura, da justiça social do Município. Eis o desafio posto.



Antiga rua Santos Dumont - Estação ferroviária e Usina Sanbra
Casarões da Vila dos Ingleses - Ponte Ferroviária
Cemitério e Açude do Patu - Serra do Patu - Caminhada da Seca

AÇUDAGEM - FÉ - MESSIANISMO - INJUSTIÇA SOCIAL E RELIGIOSIDADE POPULAR: O Ceará sofreu terrivelmente com a famosa seca dos três "7", a grande e traumática seca de 1777, que 100 anos depois se repetiu na seca de 1877/1879, quando Fortaleza recebeu 100.000 flagelados, quando contava com população de apenas 20.000 habitantes.  Quando pela primeira vez se construiu um campo de concentração no Ceará, o Abarracamento do Alagadiço, imortalizado por Rodolfo Teófilo em seu livro "A Fome". Houve outras secas calamitosas, até´chegar a lendária Seca de 15, imortalizada por Raquel de Queiroz em Seu livro "O Quinze", quando a desgraça social, por não haver políticas sociais para os pobres, maioria da população excluída e miserável, mais uma vez, adotou-se a tecnologia dos campos de concentração, construíram-se dois campos: 1) O Campo do Alagadiço e 2) O Campo do Matadouro, este na obra de Raquel de Queiroz, localizava-se onde hoje é a esquina da Avenida Bezerra de Menezes com rua José Jatahy, no sentido bairro centro.

Em 1915, criou-se a terminologia campo de concentração, muito criticada por Rodolfo Teófilo. Em 1919, outra grande seca, foi quando o presidente do Brasil, o nordestino Epitácio Pessoa, deu início à política de açudagem como forma de enfrentar a seca, com projeto de construir 05 grandes açudes no Ceará, um deles era o Açude do Patu, que ficou a cargo da empresa inglesa Norton Griffiths &  Company, cujas obras foram suspensas em 1923. O canteiro de obras abandonado, 160 casas de taipa, casarões e armazéns, na Seca de 32, foi transformado no famoso Campo de Concentração do Patu, em Senador Pompeu, onde proporcionalmente morreram mais flagelados vitimados pela fome e por epidemias, compara aos outros 06 campos de concentração. . Num verdadeiro genocídio. É a Auschwitz brasileira, máquina exterminadora de pobre pela negligência estatal fundamentada num certo darwinismo social. Morreu tanta gente... mais tanta gente... que o cemitério de flagelados... clandestino... em que foram enterrados... foi transformado em campo santo, as almas dos corpos ali enterradas, chamadas de SANTAS ALMAS DA BARRAGEM, foram santificadas pela religiosidade popular.  Ocorrendo um surto messiânico. Assim, o ano inteiro, devotos das Almas da Barragem pagam suas promessas, visitando o Cemitério do Patu,  e no segundo domingo de todo mês de novembro, milhares de pessoas fazem uma caminhada em memória das vítimas do Campo de Concentração do Patu. No meio da multidão, centenas e centenas, participam para pagar suas promessas pelas graças alcançadas. Recentemente, após décadas de luta de ativistas e da sociedade civil organizada, as ruínas do Campo de Concentração do Patu foram tombadas a nível municipal, próximo também de serem tombadas a nível estadual, processo de tombamento em fase de finalização.



Documento da Segunda Sesmaria que deu origem a Senador Pompeu


SITUAÇÃO SOCIAL DO MUNICÍPIO DE SENADOR POMPEU: Segundo dados do Anuário Ceará 2009/2010 e 2019/2020, dados de 10 anos, a população subiu de 25.000 habitantes mais 26.600 habitantes. A quantidade de aposentados, nos últimos 10 anos, passou de 6.898 aposentados para 7;831. Tendo havido queda na quantidade de concessões de bolsa família. Com a reforma da previdência e a mudança do reajuste do salário mínimo, que não mais terá aumento real, apenas reajuste,  repete-se, com o tempo haverá queda na quantidade de aposentados, pois as pessoas demorarão mais tempo para se aposentarem. Necessário encontrar rapidamente soluções para cobertura deste déficit na economia local, que já se desenha no horizonte.

Serra do Patu
Foto: Valdecy Alves



Lindo Casarão da Inspectoria de onde se administrou o Campo de Concentração do Patu
Foto: Mara Paula



CONCLUSÃO: O Município já esteve em situação econômica pior. Por muitos anos foi a terra do já teve que cada vez mais piorava. O desafio era estacionar a queda livre no abismo da piora. Os números mostram que a queda para o nada cessou. Num primeiro momento estacionou, de forma que nos últimos 18 anos começa a ocorrer recuperação econômica com aumento do PIB e crescimento real. O desafio é ser capaz de manter esse ritmo e aumentá-lo, em busca do tempo perdido e do passado glorioso, que é desafio no presente e no futuro. Do ponto de vista cultural a cidade teve um pequeno retrocesso, mas começa a recuperar-se. No mundo social, as políticas públicas como bolsa família e aposentadorias ainda têm mais importância para o PIB que a renda de produtos, indústria e serviços, comparando-se individualmente. É clara a diminuição da violência na cidade e há anos, as escolas têm melhorada a qualidade de ensino.  No campo político, oxalá, todos que militam nesse campo sejam capazes de defender seus partidos nas eleições, mas depois todos se unam em nome do povo e do Município de Senador Pompeu, porque todos ganham quando todos ganham mais ganhos ocorrerão para todos. Os desafios são muitos, desde a derrocada da era do algodão, fechamento das grandes usinas e total abandono da ferrovia, mas a esperança e alguns avanços, fruto de todo um processo em curso, sobretudo nos últimos 10 anos, e já é capaz de criar um ambiente de otimismo e de que podemos vencer todos esses desafios, pela ordem, no campo econômico, político, social, cultural, segurança.



Escritor - Moreira Campos - Um dos maiores escritores do Brasil - Nascido em Senador Pompeu
Foto: Jornal Diário do Nordeste


Cronologia Elaborado por Valdecy Alves
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Cronologia Elaborado por Valdecy Alves
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Açude do Patu Sangrando há alguns anos
Foto: Reginaldo Araújo




Foto: acervo Nirez
Poesia de Valdecy Alves



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