CARLOS CAVALHEIRO... POETA... ATIVISTA... HISTORIADOR... HUMANISTA... PROFESSOR... CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DESSE GRANDE BRASILEIRO E SUA OBRA

Carlos Cavalheiro - Escritor... historiador... ativista...


1) BLOG: Carlos Cavalheiro, o que palpita mais forte em sua alma, o poeta ou o historiador?

Resposta:  É difícil de dizer, pois os dois - e outros mais - fazem parte de mim. Creio que todos nós representamos papéis em momentos distintos. Em certos lugares e momentos, aflora o poeta. Em outros, o historiador. Em alguns mais o professor, o pesquisador de cultura popular, o ser humano, o idealista... Mas, como bem expôs a sua pergunta, uma dessas "personas" acaba palpitando mais forte em determinado momento. Porém, isso jamais significa que as demais facetas, naquele mesmo instante, não estejam presentes; muito embora, às vezes, de maneira menos evidente.

2) BLOG: Por que o lançamento de dois livros ao mesmo tempo?


Resposta: O lançamento de dois livros ao mesmo tempo cumpre, em uma última instância, a uma questão prática. Os dois livros foram impressos em 2018, mas chegaram, por questões de atraso, em 2019.


 3) Qual o significado do lançamento duplo? Por que você agradece a Deus no seu livro de história? 

Ora, os dois estavam aqui no mesmo tempo. Por que lançá-los em momentos diferentes? Por que não aproveitar um lançamento para os dois. Não seria a primeira vez. Eu cheguei a lançar 3 títulos de uma só vez em 2012 ou 2013. Na realidade, o livro "Tá vendo aquele edifício, moço?" não é, a rigor, um livro de história. Trata-se do resultado de uma dissertação de Mestrado em Educação. É uma pesquisa em Educação, mas como sou historiador também, e professor de História, fica difícil dissociar essas facetas. Agradeci a Deus por uma convicção pessoal de que é Dele que provém o dom da vida. 



Monumento ao Bandeirante
Foto: Carlos Cavalheiro

4) BLOG:  Qual a poesia predileta do livro Ergástulo? Qual sua principal fonte de inspiração?

Resposta: Ergástulo é uma prisão. O título remete a um estado de espírito no qual nos sentimos "presos" ao sermos obrigados a compartilhar de valores e visões de mundo que não se coadunam com aquilo que grita a nossa alma. A poesia é o grito de revolta, neste caso, contra a prisão a que somos submetidos diariamente.


5) BLOG: No seu livro de história TÁ VENDO AQUELE EDIFÍCIO, MOÇO? Você associa o resgate das memórias subterrâneas à resistência? Que resistência é esta e o que ela significa?

Resposta: Atribuo a essa resistência a ação de nadar contra a corrente ideológica que traz como visão de mundo o individualismo, o egoísmo, contra a ideia da exploração do outro, da obtenção desenfreada de lucro, entre tantas outras. Atitudes simples, como a religiosidade popular de uma Folia de Reis vai na contramão da hegemonia do discurso do capitalismo, pois não se trata de um "produto" destinado ao mercado e com vistas a obtenção de lucro. A leitura de poesias, o fazer algo que vai na contramão do discurso hegemônico, pode, no meu entender, ser considerada resistência. Ao propor alternativa de vida e de valores, estamos resistindo.


patrimônio cultural e histórico - Sorocaba - São Paulo
Foto: Carlos Cavalheiro

6) BLOG: A versão oficial da memória é uma mentira ou uma verdade? Serve a quem, sendo mentira ou verdade?

Resposta: Não existe verdade absoluta em História e isso serve também para a memória. Por isso é importante a possibilidade da existência de múltiplas memórias que possam contrapor com as demais versões. Nesse sentido, não se trata de juízo de valor no sentido de atribuir a determinada memória a chancela de "verdade" ou "mentira". Trata-se de um ponto de vista. No entanto, isso é fato, comumente a memória oficial é uma versão construída para justificar os grupos de poder e a eles isso interessa. Cabe a nós, que não fazemos parte desses grupos, produzirmos a nossa própria memória.


7) BLOG: A memória está também em suas poesias? De que forma? Uma poesia sua em que a memória seja matéria prima.

Resposta: Eu creio que sim, pois dentro do processo criativo procuro como matéria-prima muito do que experienciei em diversos momentos de minha vida. Ao imprimir nos versos a visão de mundo, creio estar criando uma memória que, como diz Le Goff, tende a servir para a libertação do ser humano. Há algumas, mas posso citar a que tem por título "Livro de páginas amareladas": Abro o livro de páginas amareladas/ paradoxo temporal do ocidente/ o tempo que poderia trazer experiências/ torna-se um valor descapitalizado/ na obsolescência programada no ritual/ da substituição impositiva burguesa...". Mas há outros, nos quais cito o álbum de família, monumentos, o tempo, etc.


Sobre a memória...
Foto: Carlos Cavalheiro
8) BLOG:  Você afirma em seu livro que o Peabiru, caminho Inca, passa pelo centro de Sorocaba, realmente passa?  Fale sobre este caminho? Está comprovado? Se sim, qual era a relação dos Incas com os índios de São Paulo?

Resposta: Esse caminho ainda é um mistério e há muitos estudos que tentam decifrá-lo. Creio que o trabalho de maior fôlego e profundidade dentro desse tema é o livro escrito pelo meu amigo Luiz Galdino, escritor e pesquisador afamado, que escreveu o livro "Peabiru - os incas no Brasil". Há indícios de que o Peabiru passasse por Sorocaba. Mas isso ainda está em pesquisa.


9) BLOG: O que sobreviveu da memória dos negros, dos índios e dos mestiços, de mais importante e fundamental na cidade de Sorocaba?


Resposta: Uma análise apressada pode dizer que pouco sobrou. Em verdade, não é bem assim, embora essas memórias nem sempre estejam em evidência. Porém, pensa somente no fato de ainda cultivarmos plantas como a chamada "espada de São Jorge". Para mim isso é um "monumento" à memória da presença negra! De monumentos evidentes, creio que a existência do clube (não somente a instituição em si, mas também o prédio) 28 de setembro; a estátua da Mãe Preta; o uso de determinadas ervas... A memória não é somente manifestada no campo da materialidade. Há muito de patrimônio imaterial e que nos serve de suporte a essas memórias.


                         LIVROS LANÇADO  NO MESMO DIA POR CARLOS CAVALHEIRO
                     Tive o Prazer e o Privilégio de Prefaciar o Livro de Poesias Ergástulo


10) BLOG: Qual a importância da poesia para o ser humano? A memória que cada um carrega em sua mente é um tipo de poesia?

Resposta: A poesia é essencial ao ser humano porquanto é alimento para a alma e exercício para a imaginação do belo. Penso que ser poeta é ver o mundo de uma maneira distinta daquela que somente enxerga a concretude da matéria. Assim, a memória pode sim ser uma forma de poesia. Ver o mundo a partir da perspectiva do passado enquanto produtor do presente e, portanto, responsável por nos dar as respostas para as angústias hodiernas, parece-me muito com o fazer poesia.

BLOG: Fique à vontade para suas considerações finais - abordando o que lhe vier a cabeça neste momento:

Considerações: Quero agradecer esta oportunidade de expor algumas ideias e divulgar os meus mais recentes livros. Espaços como este que você mantém no Blog são fontes de resistência que valorizam a produção de outras versões. E isso se conecta com a Memória de maneira que podemos imprimir nossa marca neste mundo. E com esse barro vamos moldando alternativas, novas vivências, que se embalam ao ritmo da música que tocamos. Então, sem querer, estamos fazendo poesia!



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