SEMINÁRIO: SERTÃO - SECA - MEMÓRIA E CIDADANIA - CAMPO DE CONCENTRAÇÃO NUNCA MAIS! IMPORTANTE SEMINÁRIO SOBRE O QUE HOUVE EM 1932 EM SENADOR POMPEU – OCORRERÁ EM 03/05/2014 - SOBRE OS ASPECTOS RELIGIOSOS - ECONÔMICOS - SOCIAIS – CULTURAIS DO FATO - ENTENDENDO-SE ATRAVÉS DA MEMÓRIA PARA COMPREENDER O PRESENTE E CONSTRUIR UM FUTURO LIVRE DE TAIS ERROS!


Banner Oficial do Evento - Casarões e Caminhada da Seca
Elaborado por Fram Paulo e Karla Samara
 DEBATENDO O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DO PATU NA SECA DE 32:    Na concepção de alguns ativistas culturais, alguns da antiga Equipe 19-22,  que há mais de uma década militam pela preservação do patrimônio cultural material e imaterial de Senador Pompeu, Estado do Ceará,  faltava um evento para debater sobre o Campo de Concentração do Patu de Senador Pompeu, que foi criado do final de abril a 10 de maio de 1932.  Bem no dia da comemoração universal do dia do Trabalhador.  01 de maio de 1932, já foi com milhares de flagelados concentrados no Campo do Patu. Presos. Sem o direito de ir e vir. Sem o mínimo de dignidade. Sem condições higiênicas, sem alimentação suficiente. Na mais plena miséria. Tanto que por conta disso, Senador Pompeu ficou conhecida como “o curral da fome”. 

Os flagelados foram atraídos com promessa de que seriam empregados na retomada da construção da Barragem do Patu, que fora suspensa desde 1919 e projetada para armazenar 200 milhões de metros cúbicos d'água. Quando abriram as inscrições para os flagelados se alistarem no dia 25/04/32, só no primeiro dia, foram 6.000 inscritos.  Em 20/05/32 já eram mais de 18.000 flagelados. Não havia obra nenhuma. Nem trabalho. Presos e amontoados como gado.  Como sardinha. Humilhados. Encontraram a morte, foram dizimados pelo cólera. Enterrados no Cemitério da Barragem. Lugar tido como santo e sagrado. Um genocídio lembrado pela anual Caminhada da Seca criada pelo Padre Albino Donat e mantida pela paróquia. Necessário debater tal fato. Necessário que não se repita. Necessário entender o que levou a tal tragédia e compreender a tragédia e suas causas. Para que se acerte no presente e se melhore o futuro. A preservação da memória, do patrimônio material (casarões) e imaterial (poder das almas da barragem e manifestações culturais sobre o tema) é um trampolim seguro para fortalecer a identidade do povo de Senador Pompeu, do Ceará, do Nordeste e do Brasil. Debatendo o Sertão, a política das secas e das águas, a importância de preservar a memória, para a efetivação da mais plena cidadania, que é impossível quando não se garantem os direitos humanos fundamentais e o mínimo existencial de cada pessoa pelo Poder Público. A ideia é realizar o Seminário sempre todo primeiro sábado de maio de todo ano, próximo ao dia do trabalho, quando trabalhadores foram condenados à morte num Campo de Concentração, que macula a história das políticas públicas e do Estado Brasileiro, que tem como essência precípua, promover o bem de todos e a Justiça Social. QUAL FOI E QUAL É A REALIDADE?

Panfleto Oficial da Programação do Evento
Elaborado por Valdecy Alves e Mara Paula

A programação acima já confirmada. Que todos compareçam. Ouça, debatam. O centro Pastoral, atrás da Igreja Matriz, será transformado por algumas horas numa verdadeira ÁGORA com exercício de democracia direta e onde fluirá a história, análises do ponto de vista filosófico, social, cultural, religioso, político. SUA PRESENÇA SERÁ DE GRANDE IMPORTÂNCIA.




Painel do Patrimônio Material e Imaterial Campo de Concentração do Patu
Senador Pompeu - Ceará


NA HISTÓRIA DAS SECAS E EXTERMÍNIOS DE NORDESTINOS: De todos os campos de concentração criados nas secas do Nordeste, desde 1877, o único local em que uma das maiores tragédias ocorreu, REALMENTE PRESERVADO, foi o do Campo de Concentração do Patu, em Senador Pompeu, por duas razões:

ESTRUTURA FORTE DOS CASARÕES: toda a estrutura física para hospedar ingleses que construiriam o Açude do Patu em 1919 era forte, maior parte de alvenaria. Como a obra foi suspensa, foi utilizada na Seca de 32 como local do Campo de Concentração. OS CASARÕES RESTARAM COMO TESTEMUNHAS DENUNCIANDO COM SEU SILÊNCIO, DIA E NOITE, O MORTICÍNIO.

MORTE - SANTIFICAÇÃO E FÉ: No local, em virtude da falta de higiene, da fraqueza física dos flagelados, a doença campeou. Morreram inúmeros. Enterrados em vala no Cemitério da Barragem no meio da caatinga. UM CEMITÉRIO SEM TÚMULOS, CHEIO DE VALAS. Mais uma testemunha física do extermínio. A partir daí, passou a ser o local sagrado das SANTAS ALMAS DA BARRAGEM. Santo coletivo mantido vivo pela fé e pela memória oral do povo. A SANTIFICAÇÃO PELA FÉ. A RELIGIOSIDADE MANTIVERAM VIVA A HISTÓRIA para que todo o Brasil possa conhecer. NO NORDESTE, todo o patrimônio material e imaterial existente em Senador Pompeu é história viva. De interesse local, estadual, federal e internacional.

A ARTE E A PESQUISA: manifestações culturais de toda natureza (música, teatro, literatura, dança, etc) com pesquisas realizadas por estudiosos de todos os lugares do Ceará, de todos os Estados do Brasil e de vários países, além das constantes matérias na grande mídia e internet, têm dado cada vez mais notoriedade ao fato, conhecido internacionalmente. 

Parte da Equipe Cultura 19 - 22 - Fez história lutando pela Preservação
Da esquerda para direita: Aristóteles- Hermano - Valdecy - Everardo - Fred e Adriano
Foto: Padre João Paulo
A LUTA PELA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA PELA PARTICIPAÇÃO POPULAR: Em Senador Pompeu, a preservação da memória, tem tido como forte ator social as pessoas da comunidade.  Destacando-se os membros da Equipe Cultural 19-22, com forte militância em todos os âmbitos. A Paróquia Nossa Senhora das Dores, que através, sobretudo de Padre Albino, padre João Paulo e Padre Carlos Roberto  associaram à luta popular, ora tendo á frente à Equipe Cultural 19-22, ora o Fórum Popular pela Preservação do Patrimônio Histórico, bem mais ampliado. Mas a própria Igreja tem sua vertente puramente religiosa, através da Caminhada Anual da Seca, que se realiza todo segundo domingo de novembro de cada ano e já tem mais de 30 anos de existência. 

Última reunião do Fórum Popular - de Iniciativa da Sociedade Civil - Em frente a um dos casarões da Barragem
Avaliava o uso da arte como meio para preservar o patrimônio cultural

O SEMINÁRIO QUE SERÁ REALIZADO vem fortalecer o debate, manter a memória, ajudar na compreensão. Contará com a presença do Professor Humberto Cunha. Um dos criadores do maior seminário cultural realizado anualmente no Brasil. É professor da Unifor, autor de vários livres e especialista no tema PATRIMÔNIO CULTURAL. Conheça um pouco o Dr. Humberto Cunha vendo o vídeo abaixo:



A MEMÓRIA PRESERVADA ATRAVÉS DO TEATRO: 




A MEMÓRIA PRESERVADA ATRAVÉS DA FOTO E DA LITERATURA:




COMPAREÇA AO SEMINÁRIO - SUA PRESENÇA SERÁ DE GRANDE IMPORTÂNCIA - POIS TODOS TÊM O DEVER DE CONHECER - COMPREENDER - PRESERVAR A MEMÓRIA- PARA CONSTRUÇÃO DE SUA IDENTIDADE E FORTALECIMENTO DA IDENTIDADE DO SEU POVO.  A PARTIR DAÍ ESTARÁ PREPARADO PARA EXERCER A PLENA CIDADANIA E VIVER NUMA SOCIEDADE EM QUE SE GARANTA A EXISTÊNCIA DA DIGNIDADE HUMANA E DA JUSTIÇA SOCIAL.


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